Consumir produção local- Prós e contras


Traduzido de: Tom Zeller Jr

É uma verdadeira máxima do movimento ambientalista moderno: Para ajudar a curar o planeta,
Consuma produção local.

Se fosse assim tão simples seria óptimo.

Um número crescente de estudos, incluindo um recentemente publicado na revista Environmental Science & Technology, sugerem que a aritmética económica subjacente à nossa produção de alimentos e sistema de distribuição é profundamente complexa, tornando-se cada vez mais difícil confiar na etiqueta como soluções automática.

A análise mais recente, liderado por David Cleveland, professor de estudos ambientais da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, olhou para as frutas e produtos hortícolas no Condado de Santa Barbara, uma região de abundante produção de frutos e produtos hortícolas. O município detém uma das maiores percentagens de toda a produção agrícola Nacional dos Estados unidos.

E Santa Bárbara, com os seus mercados de agricultores, a agricultura biológica, a germinação de redes de Agricultura Sustentada pela Comunidade, e outros verde, parece um local propício para a aplicação do conceito do consumo de produtos locais.

Mas o professor de Cleveland e os seus co-autores, a maioria deles ex-alunos de graduação no Programa de Estudos Ambientais , encontraram mais de 99 por cento dos produtos produzidos no condado de Santa Barbara, são na verdade exportados e cerca de 95 por cento do produto consumido no concelho é importado de outros lugares.

Alguns dos alimentos são importados de longe, do Chile e na Argentina. A origem mais remota? Nova Zelândia.
Os pesquisadores também concluíram que, mesmo que a situação fosse corrigida de alguma forma, e todos os produtos cultivados em Santa Barbara County permanecessem no local (vendido e consumido dentro do município), o impacto nos gases com efeito de estufa seria insignificante, a redução das emissões a partir do sistema agro-alimentar seria menos de um por cento do total.

Apesar do cache e popularidade em torno do movimento "Local" , Cleveland argumenta: O transporte realmente representa apenas uma parte muito pequena da pegada ecológica do agro negócio.

Esta não é uma noção revolucionária . Estudos anteriores demonstraram que, apesar da grande atenção dada ás grandes distâncias que muitos produtos agrícolas agora viajam num sistema alimentar globalizado, a fase de produção domina nas emissões de gases com efeito estufa.
O mesmo estudo sugere que ao reduzir o nosso consumo em determinadas categorias de alimentos que contribuem descontroladamente para a alta nas emissões durante a produção, especialmente carne vermelha, faria muito mais para ajudar o planeta do que tentar ir consumir local.

Evitar comer por semana metade de calorias da carne vermelha e lacticínios optando antes por frango, peixe, ovos ou uma dieta à base de vegetai, os autores encontraram dados para garantir que se alcança mais  a redução [gases de efeito estufa] do que comprar todos os alimentos de origem local.

Cleveland acredita que a sua análise sugere precisamente o que há de errado com o ênfase na "comida local" como uma espécie de meta ou fim em si mesmo.

"A vantagem aqui é concentrar apenas na localização - ou seja, km no alimento tem um monte de custos, intermediários e tudo isso", disse Cleveland ao The Huffington Post. "Mas se permitir que essa se torne a sua estratégia ou o objetivo de alimentar o seu sistema, você pode estar enganado e não melhorar realmente alguma coisa."

É melhor escolher outros objectivos,  como a melhor nutrição da comunidade, para os quais a agricultura local é uma componente necessária mas não suficiente, disse Cleveland ,

De fato, os pesquisadores notaram que, embora o potencial para o produto cultivado localmente para melhorar a alimentação da comunidade seja importante, principalmente entre famílias de baixo rendimento, basta substituir as frutas e vegetais locais para outros importados que não serão automaticamente ter um efeito significativo."

"Aqui actuam muitos outros intervenientes, obstáculos culturais, sociais, económicos e geográficos, incluindo a política agro-alimentar nacional", escreveram os autores no estudo. Para melhorar a nutrição através de "consumir local" de uma comunidade inteira, uma série de outras mudanças seriam necessárias para superar esses obstáculos."

O trabalho e mão de obra cria outro problema. "A colheita de morangos - que é feito por imigrantes, e os imigrantes vêm de algum lugar, não aparecem por magia", disse Cleveland.

"As comunidades no sul do México estão sendo destruídas por políticas económicas deste país que levam as pessoas a trabalhar em comunidades agrícolas norte-americanos e vão chegando à medida que se torna "local" o nosso sistema alimentar. Queremos um sistema alimentar, mas não à custa das famílias e comunidades noutro lugar." (Nota do tradutor: Isto porque o correcto seria incentivar investimentos e actividades de produção no lugar onde existem estas comunidades mexicanas, para fixar as família com qualidade de vida no lugar onde gostariam de estar, a sua terra)

Estes são os tipos de alvos e as questões que os activistas dos alimentos devem ter em conta,
"Comer local", disse ele, "mas não se iludam ao pensar que é o fim do jogo."

Home - a nossa casa (o filme)


UMA HOMENAGEM, UM ALERTA, UMA OBRA-PRIMA





Link com melhor qualidade de imagem (em inglês)

http://youtu.be/jqxENMKaeCU

DESFRUTEM

"Food inc" um filme importante de assistir com espirito critico e mente aberta

Curso (muito) prático de hortas ecológicas em quintais urbanos

“Mãos á terra”



Curso (muito) prático de hortas ecológicas em quintais urbanos

28 Maio 2010 entre as 10,30 e as 17,00

Num curso de 6 horas os participantes fiarão a saber efectivamente como iniciar e fazer uma horta ecológica num quintal, pois irão participar de todo o processo de instalação de uma horta in loco:

1. A concepção e design
2. A preparação dos solos
3. A criação do composto
4. As plantações e sementeiras
5. A manutenção
6. A instalação do sistema de rega
7. A protecção e fitossanidade

No final os participantes recebem um manual em pdf de agricultura biológica, uma tabela de consociações de culturas e uma tabela de tratamentos e controle de pragas e doenças

Custo: 35 euros
Local: rua de ponta delgada nº 3, 1º  (proximo da Espiral, na Estefânia-Lisboa)
Contactos
cultivarbiodiversidade@gmail.com
Telefone 966237047

O que é e como se inícia uma horta ecológica

O cultivo de alimentos é tipicamente visto como uma forma de arte ou trabalho duro e pesado. Não é de admirar que poucas pessoas pensem em fazê-lo num nível sério. Mas e se surgir uma técnica que seja tão fácil e tão prolífica que, mesmo o mais ocupado executivo da empresa poderá fazer crescer uma quantidade significativa dos alimentos para a família em menos tempo do que leva a deslocação aos mercados. A agricultura ecológica pode ser a resposta.

As minhas hortas não foram diferentes de qualquer outras durante muitos anos, pois tinha a referncia de agricultura biológica do meu avô, mas em modo tradicional de manutenção, pelo que ia fazendo gradualmente algumas mudanças. A primeira e provavelmente a mais significativa foi adensar as plantas muito mais numa determinada área. A segunda mudança foi a de não escavar o solo, e em terceiro lugar, melhorei o sistema de compostagem.

Uma vez que estas estratégias simples estavam em prática notei a horta a criar vida própria. As ervas chamadas “daninhas” praticamente pararam de crescer nos canteiros e as plantas começaram a viver muito mais tempo. A horta podia suportar longos períodos sem água, produzia mais do que necessitava e podia colher em todos os dias do ano. Depois de algum tempo consegui aquilo que pretendia, criar um ecossistema composto de plantas comestíveis, que se comporta exactamente da mesma maneira que um habitat natural. E em tal situação tornamo-nos mais um observador que um agricultor á medida que a natureza toma as rédeas das dinâmicas da horta.

Uma coisa maravilhosa na natureza é que ela trabalha incansavelmente, 24 horas por dia, sete dias por semana. A Natureza segue leis muito simples e funciona da mesma forma, em qualquer sistema, em qualquer lugar do mundo. Quando criamos um jardim ecológico, estamos a criar um sistema vivo. Ao entrar por ai, temos a natureza a trabalhar para nós, e não contra nós

O que são nichos ecológicos e porque são importantes

Um ecossistema primitivo é composto de milhares de componentes vivos e não vivos todos coexistindo numa determinada área. Cada componente de vida ocupa o seu nicho próprio e isto é o mais importante de compreender, ao criar um jardim ou horta ecológicos.
Num ecossistema natural, cada espaço deixado livre é imediatamente ocupado por muitos seres e espécies, lutando desesperadamente pela sobrevivência e dominância.

Quando olhamos para uma horta tradicional nesta perspectiva, o que vemos é um sistema muito antinatural. Há uma diversidade muito pequena e muitos nichos vazios. A natureza impõe a sua vontade e leis sobre as hortas, exactamente da mesma maneira que em qualquer outro ecossistema, e isso significa que os espaços vazios serão preenchidos o mais rapidamente possível.

No entanto, numa horta tradicional não existem sementes desejáveis á espera para preencher os espaços disponíveis, ao invés, surgem as ervas daninhas das sementes que lá estavam.

A solução é criar uma horta que tenha preenchido todos os nichos disponíveis, para que as ditas ervas daninhas não tenham oportunidades. Podemos fazer isso ao plantar a horta muito bem, com uma gama diversificada de plantas hortícolas de diferentes formas e características. O resultado é uma plantação em sistema denso. A densidade também cria um micro-clima altamente protegido. Esse ambiente ideal de crescimento faz com que suas plantas possam durar muito mais tempo.

Como gerir uma horta/jardim ecológico

Gerir uma horta ecológica é diferente de uma horta tradicional. Há muito menos que fazer. O nosso papel é mais de observador e regulador pontual em que se constata o espaço num estado contínuo de mudança suave, como um ecossistema natural. Isso pode ser difícil, pois nós, seres humanos, temos a tendência de controlar e interferir com todas as coisas. Este estilo de agricultura requer uma grande dose de fé e confiança nas leis naturais. Claro que haverá momentos em que é necessário intervir e direccionar o sistema na forma que pretendemos, no entanto, isso é quase sempre porque determinadas espécies de plantas hortícolas estão com muito sucesso e o ecossistema está em risco de perder a diversidade.

Gestão de Pragas

A natureza densa e misturada de forma natural na horta ecológica, contribui muito para a gestão de pragas pela forma da prevenção. As pragas geralmente localizam a sua planta espécie-alvo através da visão ou cheiro. Imagine-se o quão mais difícil é ver a planta-alvo quando o seu contorno é obscurecido por um mar de verde. E como na terra poderia sentir o cheiro da sua planta-alvo quando há tantos cheiros misturados e em conflito, pelo que não podemos esquecer a escala, pois tratando-se de insectos tudo é enorme e muito distante.



Elimina a necessidade de rotação de culturas
A rotação de culturas é praticada pelos jardineiros dedicados por uma razão muito boa. Plantas diferentes requerem diferentes minerais do solo, em diferentes proporções. Depois que uma área foi plantada com uma determinada espécie, o solo pode ficar empobrecido de certos minerais. Para diminuir os efeitos desse empobrecimento e desequilíbrio, uma cultura diferente será plantada no ano seguinte.

Uma técnica de fertilização natural, periodicamente cultivam-se plantas leguminosas que funcionam como adubos verdes, como sejam ervilhas, favas ou trevos. Estas plantas absorvem o nitrogénio da atmosfera e libertam-no para a terra através das raízes.

No entanto, a rotação de culturas não é necessária na agricultura ecológica, pois plantio misto neutraliza os efeitos da depleção mineral, sendo que uma única espécie não domina uma única área. Da mesma forma, o adubo verde não é necessário por o nitrogénio ser abastecido de duas maneiras. Em primeiro lugar, através da plantação de leguminosas comestíveis, como ervilhas e feijões dentro da mistura. E em segundo lugar, pela adição de composto na superfície de todas as áreas desprotegidas.

Compostagem

O composto é uma parte importante do jardim ecológico e é um bem muito valioso, neste blog há outros artigos mais específicos sobre compostagem mas faço aqui também um resumo. A compostagem é uma forma de construção de nutrientes valiosos alimentam a terra, as plantas e no final, a nós próprios. Deitamos fora grandes quantidades de restos orgânicos das coisas que compramos e na verdade estamos a comprar nutrientes, e a deitá-los para o lixo, numa perspectiva de ecologia. É um fluxo de nutrientes que flui numa única direcção, com um camião do lixo como agente final.

Ao fazer compostagem utilizamos os nutrientes de novo, não tendo que comprá-los pela segunda vez. Na verdade, estamos criando um sistema que é auto-sustentável. A compostagem é um veículo em que somos capazes de criar um ciclo de nutrientes dentro da nossa propriedade em que voltam para a compostagem e, lentamente, fazem o caminho noutra forma útil de consumo. Este ciclo pode continuar indefinidamente.

Deitar fora a enxada

Os ecossistemas naturais não necessitam de jardineiros com pás e enxadas para em cada temporada transformar o solo, e a horta também não. No entanto, é melhor não andar e pisar os canteiros da horta pois isso irá causar compactação desnecessária. É claro que isso requer a instalação de vias permanentes, que são posicionados de forma que o jardineiro pode ter fácil acesso ao terreno.

Cavar o solo perturba a estrutura do mesmo o que, por sua vez, reduz a capacidade de transferir valiosos nutrientes para as plantas. A perda de estrutura do solo também reduz a capacidade de reter água. Desenvolver uma boa estrutura é realmente a melhor técnica de conservação de água, e quando praticado em conjunto com plantação densa, cria um gestão do solo holística em ecologia.

A plantação densa cria sombra sobre a superfície dos solos, eliminando o encrostamento superficial, que provoca o escoamento e esgotamento de nutrientes. Desenvolvendo uma melhor estrutura permitirá aos organismos o que eles fazem melhor - transformar matéria orgânica em nutrientes disponíveis, como resultado de um solo rico e vivo.

Auto Sementeira

Se tivermos a sorte de visitar uma floresta tropical intacta ficaremos fascinados pelas copas altas. No entanto, o futuro da floresta tropical está no solo em forma de sementes - pequenas células de vida à espera da sua oportunidade de prosperar. Se vamos criar um jardim/horta ecológico, então temos de ter a certeza de que terá um futuro.

Ao permitir que algumas plantas produzam sementes, podemos construir reservas das mesmas, tal como a floresta tropical. E também como na floresta tropical, devemos ter o objectivo de milhares de sementes de muitas variedades espalhadas por toda a parcela.

A maioria dessas sementes nunca irão germinar, porque na horta ecológica os nichos estão tão cheios, que as oportunidades para uma germinar são limitadas. No entanto, eventualmente, uma planta vai ser removida e comida e um espaço nicho fica vazio. Se existem inúmeras sementes dormentes, as hipóteses do nicho vir a ser preenchido são certas.

Quem poderá criar um jardim ecológico?

Absolutamente todos, desde os agricultores aos moradores moradia do centro da cidade. Pode parecer estranho, mas se nunca tiver cultivado alimentos, então está em vantagem. Pois os agricultores experientes podem ter dificuldades na adopção de algumas técnicas de agricultura ecológica, pois é difícil deixar a necessidade de controlar o sistema.

Como espécie, os  humanos prosperaram quando aprendemos a cultivar os alimentos usando enxada e outros métodos agrícolas tradicionais, por isso é difícil voltar para onde viemos - a natureza de tal modo nos parece certo o sistema ancestral. Mas se conseguirmos abandonar ou gerir a nossa necessidade de controlar todos os seres vivos no planeta, e em sucessão, começar a trabalhar com a natureza, nós realmente ganhamos mais controle por sermos capazes de cultivar alimentos de forma mais eficiente do que nunca. É um paradoxo - mas funciona!

Mini-horta ecológica

Se vive num apartamento ou moradia urbana sem terra, poderia criar um mini-jardim ecológico a partir de uma série de contentores. Caixas com orifícios de drenagem são ideais. Paletes também são uma boa solução. Com um a boa mistura de terra fértil, organizá-las lado a lado, utilizando tantos quantos possam caber na sua varanda ou pátio. Ao invés de desenvolver um sistema de compostagem de grande porte, poderia comprar um minhocário.

Uma vez que os recipientes são criados, basta adoptar o método de jardinagem ecológica. Artigos sobre este tema podem ser enconrados noutras postagens neste blog.

Método da horta Ecológica-os princípios fundamentais.

1. Plantar densamente
2. Plantar uma diversidade de plantas dentro de uma determinada área
3. Obter um bom sistema de compostagem
4. Permitir que algumas plantas de cada espécie produzam sementes
5. Só interferir com o sistema quando uma única espécie de planta sobre domina e nesse caso, simplesmente remover as plantas em excesso quando são pequenas.

O cultivo de alimentos não é um trabalho árduo, especialmente com a natureza a ajudar. Uma área pequena pode fornecer elevadas recompensas em comida, poupando muito dinheiro por ano. A coisa mais interessante neste método é que saber que podemos ignorar a horta por semanas e não ser um problema.




Respigar e Upcycling


RESPIGAR

Respigar, tal como é descrito no dicionário, significa apanhar os restos após a colheita de cultivo. Se antigamente era uma prática comum, o aparecimento de maquinaria agrícola mais eficiente e menos selectiva, vieram substituir este hábito. Mas existem ainda respigadores, quer no meio rural quer no meio urbano que o fazem por necessidade, prazer, hábito cultural (transmitido de geração em geração), gestão económica ou por preocupação ética.


  
Na nossa sociedade há cada vez mais desperdício, algo que ficou para trás e que alguém não quis mais. Por ano, milhões de toneladas de alimento são desperdiçadas e deixadas pelas máquinas, milhões de imagens passam, milhões de vida seguem, milhões de boas ideias se perdem. Toneladas de matérias primas se perdem. Incontável energia é gasta. No entanto a carência e qualidade de vida não é de todo ainda uma equação equilibrada e equitativa no Mundo.

Por outro lado há o incontornável paradigma de insustentabilidade do sistema económico e de gestão de recursos actual. Ninguém sabe aquilo que ainda virá. E num contexto de preparação e educação para a vida,  mundo que vivemos muda rapidamente e não dispomos de conhecimento científico suficiente para prever as mudanças que se avizinham ao nível ecológico, sociológico ou económico. Não podemos, ensinar às crianças de hoje como se comportar amanhã, face aos desafios futuros. O melhor que podemos fazer é ajudá-las a desenvolver o seu potencial como seres humanos para que, a seu tempo, possam criar as melhores soluções.

Os respigadores actuais, uma vez alterada a ordem dos sistemas e culturas agrícolas, ganham mais relevo nas culturas urbanas, onde o desperdício é também imenso e na maioria dos casos, um problema para os órgãos de gestão, que se vêem obrigados a encontrar destino para milhões de toneladas de moveis, utensílios, restos de obras, industrias, oficinas, e muitas outras actividades económicas ou domesticas.

Recentemente, num contexto internacional, tem surgido um movimento denominado chamado freegan, que alerta para o desperdício que existe no nosso planeta, adoptado por pessoas conscientes de todos os estratos sociais.



Complementar ou em sucessão ao conceito e actividade de Respigar surge o conceito e actividade do conceito Upcycling.

Upcycling é a prática de conversão de resíduos em produtos de maior valor. Para muitos upcyclers, é uma forma de criar obras de arte e ferramentas domésticas úteis, ou um método inovador de geração de rendimentos, aproveitando e recuperando os materiais e bens desperdiçados, e voltando a colocá-los no mercado de uso e consumo, quer com uma forma renovada ou transformada, quer na aparência ou inclusive na própria utilidade ou função do objecto. Mais importante, porém, o Upcycling é uma filosofia que transforma os resíduos em bem activo, prolongando o seu ciclo de vida, diminuindo o desperdício, que está presente em abundância em nossas comunidades.

 
Projectos "Respigar" e "Oficina de Sucata"

A iniciativa tem como principal modelo e objectivo, o conceito de recolha e transformação de desperdício urbano de qualidade e que subsiste com base em:

Recolha e angariação de objectos e de materiais
  1. Fomento de iniciativas e eventos de vendas ou trocas de materiais e bens usados 
  2. Fomento e apresentação dos trabalhos de artesãos e artistas que utilizam este conceito nas suas matérias primas e trabalhos
  3. Partilhar e disseminar o conhecimento do trabalho e transformação das matérias e objectos
  4. Fomentar a criatividade e o design como ferramenta de novas soluções para a sustentabilidade

As Reciclagens

1. Reciclagem de conceitos e ideias através da realização de palestras, workshops, tertúlias.
2. Reciclagem de estéticas, pela apresentação de exposições, cursos por artistas já reconhecidos que farão instalações, pequenas apresentações musicais
3. Reciclagem de hábitos de consumo, no mercado que será feito regularmente, com produtos acessíveis ao publico, numa perspectiva de conduzir a melhores hábitos de consumo com os seguintes bens;
4. Provenientes de agricultura Biológica.
5. Provenientes do comércio Justo.
6. Artesanato de materiais aproveitados e reciclados.

Os workshops

Estes são os principais temas a ser tratados para os públicos alvo:

  1. Restaurações de mobiliário 
  2. Construção caixas ninho, pequenas casas fantasia) com restos paletes
  3. Papel reciclado
  4. Estofos em mobiliário restaurado
  5. Hortas em varandas.
  6. Hortas biológicas.
  7. Pequenas construções ecológicas/artísticas para quintais urbano
  8.  Muitos outros ainda em concepção
  9. Construção de maquetas/paisagem com resíduos
  10. Jardinagem ecológica
  11. Construção maquetas
 

 Ao nível das energias, támbem várias actividades devem ser pensadas e concebidas para dar a percepcionar as consequências e implicações, tanto dos nossos consumos directos energéticos, por um lado, como das necessidades de energia para elimin~ção ou reciclagem dos resíduos.
Neste contexto é necessária toda uma consciencialização complementar do cidadão por uma aprendizagem, (ou reaprendizagem) das nossas  reais necessidades, hábitos e usufruto do consumo.
Tornar a população mais consciente e participativa, de forma a que cada um possa deixar de ser só parte do problema (que todos somos inevitavelmente, porque consumimos) mas também ser parte intrínseca e fundamental da solução


(Texto e conceito com direitos reservados) :"Cultivar Biodiversidade"